O que é o tacógrafo, como funciona e quando é obrigatório?

Pode até parecer que o uso de tacógrafo, em veículos que fazem transportes de cargas, seja algo exagerado ou mais um tipo de controle pelos órgãos normalizadores do trânsito brasileiro. Mas, se pararmos para pensar, ele é um equipamento que contribui – e muito! – para a segurança do motorista e otimização do tempo na estrada!

Pensando na necessidade de entender mais sobre esse equipamento, o blog da Trucão trouxe um conteúdo que explica a importância de usá-lo, como funciona e em que situações torna-se obrigatório! Quer ficar por dentro de tudo o que preparamos para você e seu bruto? Continue a leitura na sequência!

Qual é a função do tacógrafo?

O tacógrafo é um equipamento que faz a medição da distância feita por um caminhão até seu destino final. Além disso, ele também metrifica a velocidade usada no percurso, dentre outras funcionalidade. É como se ele fosse o HD do seu computador, mas dentro do caminhão.

Porém, ao contrário do seu PC, os dados do tacógrafo podem ser acessados pelo próprio caminhoneiro, pela empresa de logística e até mesmo pelas autoridades fiscalizadoras do trânsito!

Para além disso, ele é um equipamento que proporciona maior seguridade no trabalho nas estradas, além de garantir uma média de velocidade ideal para entregas na data prevista e sem danos às mercadorias. Ah, o tacógrafo também é um importante acessório na economia de pneus, combustível e demais implementos!

Entretanto, nem todos os veículos para transportes de cargas são obrigados a adotar o tacógrafo. Na verdade, existem características que determinam quais caminhões precisam fazer uso dele e precisam ser consideradas. Vamos entender mais sobre isso?

Qual veículo precisa de tacógrafo?

Apesar de ser um acessório que admite diversas vantagens ao caminhoneiro, o tacógrafo não é completamente obrigatório em todas as situações. De forma geral, ele deve ser usado, sob penalidades da lei quando não ocorrer, em veículos de transporte escolar, transporte de passageiro acima de dez lugares e em transportes com cargas – peso bruto total – acima de 4536 quilos.

Além da falta de uso configurar possíveis penalidades na lei, como pontos na carteira e retenção do veículo, o equipamento precisa ser normatizado de acordo com padrões do INMETRO. Por isso, não basta ter o tacógrafo no seu bruto, é preciso que ele seja aprovado por um controle de qualidade criterioso.

Aproveitando que você está interessado em trafegar dentro da lei, aqui mesmo no site nós temos um conteúdo sobre evasão de pedágio que pode ser útil. Passe por lá depois e confira as informações!

Agora que você entendeu quais veículos precisam, obrigatoriamente, adotar o uso de tacógrafo, é importante compreender quais são os tipos encontrados no mercado. Na sequência, nós apresentamos os mais usados e explicamos as características de cada um deles! Vem conferi!

Quais são os tipos de tacógrafos?

De maneira geral, existem dois tipos de tacógrafos: analógico e digital. O primeiro certamente é o mais comum, usado em grande parte da frota de caminhões brasileiros. Já o segundo, possui recursos tecnológicos e otimizados, permitindo uma visualização ainda mais fácil dos dados captados. Vamos entender um pouco mais sobre cada um deles?

Tacógrafo analógico

O tacógrafo analógico ainda é um dos mais usados pelos caminhoneiros, justamente pelas fabricantes de caminhões não incluir no veículo como um item de fábrica. Ele possui um disco de registro em que são exportadas as informações da viagem.

Apesar de parecer extremamente manual, a leitura dos dados é feita por softwares especializados em controle de frota. No centro do equipamento ainda são contidas informações sobre o veículo, placa, local de partida, chegada e data, além de dados sobre o próprio motorista.

Tacógrafo digital

Já o tacógrafo digital, apesar de ser mais tecnológico e funcional, possui um sistema de registros parecido com a versão analógica. Contudo, com ele é possível ter um melhor controle da gestão de trafego, além de garantir uma utilização das métricas mais facilitadas pelo usuário, uma vez que possui impressão em papel semelhante a um rolo de nota fiscal.

Tacógrafo e sistema de rastreamento veicular são a mesma coisa?

Apesar de serem muito parecidos, o tacógrafo e o sistema de rastreamento veicular não são a mesma coisa. Os dois possuem habilidade de, como já vimos, fornecer informações sobre velocidade e dados do próprio veículo. Porém, o rastreamento veicular garante o posicionamento mais preciso do caminhão, velocidade, quilometragem e rota.

Aliás, eles também podem fornecer, ao controlador de logística, outros possíveis caminhos no mesmo momento em que o motorista conduz o bruto. Ou seja? As informações são repassadas em tempo real. Mas atenção, mesmo diante de tantas facilidades e similaridades, o rastreamento veicular não é considerado como tacógrafo pela lei!

Como se lê o disco de tacógrafo?

Apesar de ser um equipamento típico do dia a dia caminhoneiro, ainda há muitas dúvidas sobre como fazer a leitura do tacógrafo. Isso se aplica ainda mais quando pensamos na versão analógica, já que esse não possui uma leitura acessível ao motorista, exigindo um pouco mais de habilidade técnica.

Por isso, nós trouxemos um passo a passo simples para aprender a ler seu tacógrafo analógico, com propriedade e certeza na interpretação dos dados. Então, meu amigo, prepara caneta e papel e vem desvendar os mistérios desse equipamento com a gente!

1. Entenda a posição de análise

Para fazer a leitura de maneira correta, é importante compreender que o disco tacógrafo possui um registro por meio de horas. Elas ficam dispostas na margem externa e baixo dela, após podemos observar as demais informações que ele possui, como tempo de direção e distância percorrida.

Resumindo, você deve olhar para o disco de tacógrafo com a abertura para a parte de baixo, tendo-a na direção do nosso corpo, entendeu? Contado a partir da margem, encontramos informações de velocidade, horas de direção e rota percorrida, exatamente nessa ordem.

2 . Verifique o gráfico de velocidade

O gráfico de velocidade é o primeiro que aparece, segundo a ordem determinada na posição de análise. Você poderá observar que cada linha equivale a um métrica de velocidade. De baixo para cima, podemos determinar a primeira com 20km/h, após 40km/h, a terceira com 60km/h e assim por diante.

O que isso nos indica? Bem, cada vez que o gráfico passar uma margem dessas, é possível constatar que o motorista passou um período do percurso em determinada velocidade. Essa métrica é extremamente importante, já que – quando comparamos ao trecho percorrido – é possível constatar se houve infração no limite determinado.

3 . Analise o gráfico de tempo

O gráfico com os dados de tempo fica localizado abaixo do de velocidade, e é importante considerar que alguns podem variar. Contudo, vamos considerar para essa leitura o mais tradicional de todos, que registra a movimentação do caminhão e horário que aconteceu isso.

Nesse caso, as linhas “grifadas” em preto indicam que houve o uso de algum tipo de velocidade. Já quando apenas aparece uma linha, sem uma barra mais evidente, quer dizer que não aconteceu movimentação. Aqui, é necessário informar que qualquer velocidade acima de 1 km/h já é considerado. Pense nisso!

4 . Observe os dados de distância

O dados de distância são os últimos a serem registrados, considerando a ordem de prioridade estabelecida na posição de análise. Ele demonstra quando quilômetros foram percorridos em determinado período de tempo. Você irá notar que eles possuem duas linhas pontilhadas em cada extremidade do local indicativo da distância.

Quando o caminhão percorre uma risco inteiro, de uma extremidade a outra – considerando as linhas pontilhadas do tacógrafo – quer dizer que ele “andou” cinco quilômetros. Contudo, ainda é preciso considerar a diferença entre as linhas pontilhadas de cada margem. Entre cada uma delas obtemos um quilômetro.

Além disso, ainda existem aqueles percurso que começam acima das linhas pontilhadas. Nesse caso, é preciso subtrair um quilômetro dos cinco totais. Para deixar isso ainda mais claro, vamos pensar que o caminhoneiro percorreu 5 linhas completas, de uma ponta a outra, e duas linhas incompletas, iniciadas acima das margens pontilhadas. Nesse caso:

  • As cinco linhas completas equivalem a cinco km/h cada uma;
  • As duas linhas incompletas equivalem a quatro km/h cada uma (descontando o valor de 1 km/h);
  • A primeira conta ficaria: 5 km x 10 (quantidade de linhas) = 50km percorridos;
  • A segunda conta ficaria: 4 km (primeira linha) + 4 km (segunda linha) = 4 km percorridos;
  • O total de quilômetros percorridos é a soma desses dois valores, no caso 54 km/h.

5 . Verifique demais informações

Qualquer outro registro fora dos que são prioridade na análise deve ser considerado. Por isso, é importante estar atento a anomalias que possam vir a ocorrer. Por exemplo, há casos em que aparece um traço reto de fora a fora do disco tacógrafo, isso demonstra que em alguma situação houve a abertura do equipamento.

Agora que você entendeu como fazer a leitura do tacógrafo aí do seu bruto, que tal desmistificarmos algumas informações que correr por aí nas estradas? É isso mesmo, existem alguns mitos sobre o uso desse equipamento que podem te confundir, fazer mal uso do aparelho e ainda acabar levando uma multa. Veja na sequência!

3 mitos comuns sobre o uso de tacógrafos nos caminhões!

Existem alguns mitos que são muito comuns na rotina do caminhoneiro, principalmente quando pensamos na utilização de aparelhos metrificadores. É o que acontece com o tacógrafo. Por isso, nós trouxemos três informações que tendem a gerar muitas dúvidas nos motoristas, quanto ao uso desse aparelho. Veja:

1 . O limite máximo para guardar os registros é de um mês

Essa é uma das maiores confusões quando pensamos em registros por tacógrafo. O que a lei prevê, segundo a resolução Nº 92 , de 4 de maio DE 1999, é que os dados devem ser armazenados pelo prazo de noventa dias. Por isso, nada de jogar fora após um mês de rodagem, beleza?

2 . Podemos ignorar a primeira folha de registros

Essa informação confunde muitos caminhoneiros que fazem uso de tacógrafos semanais. É importante considerar que esse equipamento é um aparelho formado por um conjunto fixo e inalterável. Por isso, ele deve ser mantido completo e sem destaques de folhas, mesmo que não tenha sido completamente usado.

3 . Posso jogar os registros após inspeção

Você deve estar pensando, após uma avaliação da polícia rodoviária ou dos gestores de trafego da empresa em que você trabalha é possível se desfazer do conteúdo armazenado, certo? Não! Na verdade, é imprescindível que os registros estejam disponíveis para possíveis averiguações, principalmente em caso de roubo ou acidente. Pense nisso!

Falar de um equipamento tão importante como o tacógrafo nem sempre é tarefa fácil, mas esperamos que nosso guia tenha te ajudado a compreender o que é necessário para usá-lo dentro da lei e também na otimização do serviço. Aliás, pense no tacógrafo como uma medida de segurança para você e os outros motoristas, certo?

Gostou do conteúdo de hoje? Aqui no blog da Trucão nós sempre trazemos informações sobre o universo caminhoneiro, como dicas de direção, acessórios essenciais para conforto na estrada, leis importantes para trafegar com segurança e muito mais!

Continue conosco! Aproveite que estamos falando sobre dirigir dentro da legislação e conheça a lei da balança, outra normativa muito importante para os caminhoneiros brasileiros! Te espero no próximo post, certo?!

 

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